Olá queridos!
O livro do mês do Clube de Leitura Leia Mulheres de Niterói foi esse. Que livro!
Sinopse do site americanas.com: "Entre 1989 e 1997, a jornalista Xinran entrevistou mulheres de diferentes idades e condições sociais, a fim de compreender a condição feminina na China moderna. Seu programa de rádio, Palavras na brisa noturna, discutia questões sobre as quais poucos ousavam falar. São histórias como as de Hongxue, que descobriu o afeto ao ser acariciada não por mãos humanas, mas pelas patas de uma mosca; de Hua'er, violentada em nome da "reeducação" promovida pela Revolução Cultural; da catadora de lixo que impôs a si mesma um ostracismo voluntário para não envergonhar o filho, um político bem-sucedido; ou ainda a de uma menina que perdeu a razão em conseqüência de uma humilhação intensa. O olhar objetivo de Xinran dá aos temas um tratamento firme e delicado, trazendo à tona as esperanças e os desejos escondidos nessas difíceis vidas secretas.Mais de 40 mil exemplares vendidos no Brasil."
Nós aqui do Ocidente não fazemos muita ideia da vida que leva a população do Oriente, principalmente as mulheres.
A autora Xinran, ao longo de oito anos, como jornalista de uma rádio, teve oportunidade de ouvir o depoimento de várias mulheres, marcadas pela Revolução cultural da China.
Eu não sabia nada sobre essa Revolução. A autora nos situa um pouco. Ela explica, entre outras coisas, que as pessoas ricas e pobres tinham que ser niveladas, então, aqueles que tinham uma vida abastada passaram a ser controlados pela Revolução e pelo partido. Tudo era controlado. Muitas pessoas foram presas e, nessa história toda, as que mais sofreram foram as mulheres. E as crianças também, principalmente as de sexo feminino.
Vou explicar. Ao ter os pais presos, as crianças eram enviadas para alguma comunidade para estudar e aprender sobre a política do país. Além de apanharem de outras crianças e de serem humilhadas, muitas meninas eram estupradas pelos soldados vermelhos. Algumas chegaram a enlouquecer ou a se suicidar. Eram tratadas como objetos.
E os estupros não aconteciam apenas por parte dos soldados. Xinran teve oportunidade de conhecer a história de uma menina que era estuprada pelo próprio pai e que, por isso, fazia de tudo para ficar doente e "morar" no hospital. Sabemos que, infelizmente, não se trata de um caso isolado na China, mas que acontece em vários países.
São muitos relatos tocantes. Um que me tocou muito, também, foi de uma mãe contando sobre os terremotos que ocorreram no país, em que as mães perderam vários parentes e, então, algumas pessoas se aproveitaram da situação em que a população teve que correr para não ser esmagada, assim, a autora ouviu o relato de uma mãe contando sobre a sua filha, que era uma menina, e sofreu um estupro coletivo desses aproveitadores. Dá para chamá-los de seres humanos? Acho que não, né? Me tocou muito o relato dos terremotos, pois tivemos, de um lado, pessoas boas e corajosas tentando salvar as pessoas atingidas e, de outro, aproveitadores, que cometiam atrocidades, como estupros coletivos. São os extremos dessas situações limítrofes.
"Eu insisti: 'Xiao Ying, é a mamãe!' De repente notei que a parte inferior do corpo dela estava pegajosa e úmida (...)"
A autora nos conta que foi morar na Inglaterra e publicou o seu livro lá, pois seria proibido na China. Gente, que relatos! Embora muito tristes, acho que o livro no geral é um grande aprendizado, principalmente para nós do Ocidente.
Alguns integrantes do clube acharam o livro muito didático, o que, na minha opinião, não retira a sua importância para o mundo, nem o torna menos interessante.
Enfim, o livro apenas ratifica o quanto nós mulheres ainda temos que lutar por um tratamento igualitário perante o mundo. Espero que estejamos no caminho.
Recomendo muito a leitura!
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