Olá queridos!
Esse livro de título comprido foi o livro do mês do Clube de leitura Icaraí. Infelizmente, não consegui ir à reunião, mas vou falar um pouquinho sobre minhas impressões.
Sinopse Editora Record:
"VENCEDOR DO PRÊMIO JABUTI - Categoria ROMANCE
A obsessão com a originalidade da linguagem sempre foi uma marca registrada de Evandro Affonso Ferreira, cuja literatura, iniciada em 2000 com o elogiado Grogotó, chegou a ser comparada à de Guimarães Rosa. Mas agora, aos 66 anos e em seu sexto livro, o escritor está mais reflexivo. Deixou de lado o cuidado excessivo com a forma, mas sem abrir mão da musicalidade, do cuidado com as palavras, da concisão — o que já vinha fazendo desde seu romance anterior, Minha mãe se matou sem dizer adeus, vencedor do Prêmio APCA de melhor romance de 2010 e finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti de 2011.
Neste belo e devastador O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam, o autor volta a abordar temas “tenebrosos”, como solidão, loucura, decrepitude, morte. Por trás do longo título está a história de um homem culto, profundo conhecedor da obra do filósofo holandês, que, depois de ser abandonado por sua amada, perdeu a razão e transformou-se em um morador de rua. Um romance “niilista-lírico”, como define o próprio autor, em que ele abre mão do parágrafo, apresentando-o de um fôlego, valendo-se com habilidade do fluxo de consciência.
Há dez anos vagueando pelas ruas do centro de uma metrópole à procura de coincidências poéticas que lhe aplaquem tristeza, dor e solidão, um homem atormentado experimenta a proximidade dolorosa do mundo enquanto espera o retorno de sua amada — a que lhe deixou bilhete dizendo “ACABOU-SE; ADEUS”.
Seu mantra, ladainha ou refrão, repetido incansavelmente, “ELA VIRÁ— EU SEI”, impulsiona-o a seguir adiante mesmo que não haja um rumo certo. Sem poder nomeá-la ou mesmo ancorá-la em algum porto seguro nos seus pensamentos, escreve a lápis em todos os espaços vazios da cidade a letra N, inicial do nome da amada, e lança desafio aos deuses do esquecimento trazendo o tempo todo à memória os momentos de intimidade afetiva e intelectual vividos ao lado dela.
Levando consigo os Adágios de Erasmo de Rotterdam, esse mendigo erudito conhece tudo sobre vida e obra do humanista holandês — sim, o mesmo do Elogio da loucura. E narra o tempo todo sua história a um interlocutor-escritor imaginário, a quem chama de “senhor”. Ambos, narrador e interlocutor, estão debaixo de um viaduto entre tantos outros personagens-mendigos, que de miseráveis anônimos e insólitos se transformam em criaturas extraordinárias na imaginação do mendigo-poeta, como a “mulher-molusco” e o “menino borboleta”."
O protagonista, um mendigo, anda para todo lado com os Adágios do autor Erasmo de Rotterdam, aos quais ele chama de seus "salmos".
O livro não tem parágrafos, talvez para demonstrar um pouco da loucura desse mendigo que fala repetidamente da sua amada, que o deixou.
Ele fala de seus colegas mendigos, da vida nas ruas, do que os leva para isso. Fala também do mau cheiro que eles têm e ainda que são maltratados nos lugares por onde passam, pelo mau cheiro que exalam.
O protagonista cita frases de Erasmo de Rotterdam, enquanto conversa com o interlocutor.
O livro, apesar de tratar da miséria humana, da loucura, tem uma certa poesia nas palavras do narrador, que continua apaixonado por sua amada, que o deixou há dez anos, mas que ele ainda tem esperança de encontrá-la e de reatar o relacionamento amoroso.
Boa leitura!
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